sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O puro tédio de viajar sozinha

No último dia 21 de outubro, uma quarta-feira esplendorosa de chuva, eis que essa pessoa resolve fazer uma viajem sozinha, de ida e volta no mesmo dia, para uma cidade onde não se fala português. O resultado seria no mínimo diferente, não é mesmo? Mas para contar essa história preciso voltar alguns meses, quando ainda estava no Brasil.

Para um começo bem clichê, tudo começou quando fiquei sabendo de uma rede de companhias aéreas chamada Ryanair, que tem promoções incríveis para vôos por toda a Europa. De vez em quando eu entrava e via que os preços eram realmente bons, mas um dia em particular os preços estavam muito, muito baixos. Passagens por 1€ para vários lugares, inclusive Barcelona.

Eu aproveitei e comprei passagens para a cidade moderna espanhola. Só que só podia ir e voltar no mesmo dia. Hehe Não deu uma semana para eu ficar sabendo que o aeroporto na relaidade fica em Girona, 1h30 de ônibus para Barcelona. Como o meu vôo chegava meio dia e voltava as sete da noite, me sobravam quatro horas. Ou seja, para evitar qualquer problema, eu teria que ficar na própria cidade do aeroporto.

E foi isso que eu fiz.

Girona é uma cidade bonitinha, medieval, mas com características bem peculiares de quem já sofreu influência de diversas culturas. Uns de seus principais pontos turísticos revelam isso: o Centre d´Estudis Bonastruc ça Porta, que é um museu que conta a história da comunidade judaica na cidade, a Catedral de Girona, e os Banhos Árabes. Há ainda o rio Onyar, que corta a cidade ao meio e possui várias pontes, inclusive a da Peixaria Velha, projetada por Eifel.

A língua falada lá é o Catalão, mistura de francês e espanhol. Ninguém entendia quando eu falava em português. A solução foi falar em inglês mesmo, e até que deu certo. Hehe

Quando cheguei na cidade estava chovendo. Muito. Eu estava com sapatinhos e meia e meus pés estavam muito molhados. Resolvi procurar uma bota. Todo o comércio fechava a 13h30, era uma da tarde e sai louquinha na chuva atrás de uma sapataria. Mas não deu muito certo, tudo era muito caro por lá.

Para ajudar um pouco, os botões da minha capa começaram a soltar e eu tinha que prestar atenção para que nenhum ficasse para trás. E as lojas fechando, as lanchonetes fechando, as pessoas desaparecendo das ruas. Os gerúndios me perseguindo e eu desisti da bota e fui procurar o que fazer. No meu roteiro a primeira parada era o museu judaico, que fica na Carrier de la Força. Mas andei tanto a procura de um calçado que estava perdida.

Eu perguntava como chegar no museu ou na rua onde ele ficava, mas todos na cidade eram turistas também. Ninguém sabia me explicar! Eu estava enxarcada, com fome, sozinha e desnorteada. Encotrei uma lojinha hippie aberta e o vendedor me explicou como chegar. Depois disso tudo ficou mais fácil e tirando os Banhos Árabes, que estavam fechados, consegui ver tudo o que queria.

Voltei para o aeroporto uma hora antes do pretendido. Viajar sozinha, a pé, na chuva, por ruas vazias de gente e para conhecer museus antigos não foi uma experiência muito interessante. A próxima parada é Londres no começo de novembro. Dessa vez sei que não desperdiçei passagens e o mais importante é que vou ter companhia! Hehe

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá! Fique a vontade para dar suas dicas, sugestões e críticas. =]