domingo, 23 de maio de 2010

Roberto Saviano, aquele que não vi em Perugia

O acontecimento mais importante do Festival Internacional de Jornalismo Perugia não estava na programação. Não sei se por segurança, se para fazer surpresa ou porque foi de última hora. Talvez as três coisas, ou nenhuma delas, só estou a especular, o certo é que Roberto Saviano esteve em entrevista e falou sobre a máfia e eu não fui assistir.

Fiquei sabendo disso pela televisão de um quarto da pousada que dormi em Pisa (é, a chicosa aqui dormiu em quarto com cama de casal, televisão e toalhas, mas foi merecido. Dá uma lida aqui), dois dias depois que deixei Perugia. Foi frustrante.

A minha sorte é que ganhei um dvd com uma palestra e um monólogo de Saviano a respeito de "Parola contro Comorra". Então foi possível assistir, ouvir e me impressionar no conforto da minha casinha. Ótimo, mas óbvio que não é suficiente. O próximo passo é comprar o livro (porque sei que emprestado não será possível).

E eu aqui falando sobre ele como se todos o conhecessem. Bom, confesso que o conheço a muito pouco tempo, e bem por acaso. Fiquei sabendo de sua existência poucos dias antes do festival, enquanto conversava (e apanhava porque vi que me falta fundamento) sobre política com uma amiga italiana.

Saviano é um dos escritores que denunciam a máfia italiana. Não só denunciam, mas procuram difundir o que acontece no sul da Itália, muitas vezes abafado em panos quentes, ou por causa do poder paralelo exercido contra quem denuncia, ou mesmo pelo fato de não revelar os problemas internos para o mundo.

Uma forma de deixar exposto também o próprio jornalismo italiano, que se sujeita a publicar difamações a respeito dos que denunciam e prefere destacar o sentimento dos "boss" ao das vítimas daquilo o que o autor considera uma guerra.

Depois de assistir ao dvd consegui entender um pouco melhor a frase que ouvi em uma mesa de discussão do festival em que um jornalista falava a respeito do jornalismo "sarebbe". Esse sarebbe, seria, talvez, parece, quem sabe(...) A incerteza dá espaço para a incredibilidade. Abre espaço a publicar questionamentos de índole sem que isso precise de confirmação.

E retorno ao jornalismo brasileiro (novamente a caricatura dos problemas) quando fala da morte de jovens usuários de drogas, por exemplo. Você lê em uma matéria breve, quase uma notinha, que um jovem de 16 anos foi assassinado.

Logo leva um susto, tão jovem, mas a frase-arremate lhe deixa mais tranquilo. Estava envolvido com drogas. Coloca no mesmo saco usuário, traficante, aviãozinho (...) É a criminalização não confirmada, mas que abre espaço para difamar a vítima. Mais fácil para que a notícia passe despercebida. Para que fique para trás e não traga repercussão maior do que aquela nota de jornal.

Ainda não sou fã de Roberto Saviano porque não li o que ele escreveu. O que vi foi ele falando do que escreveu, o que não é a mesma coisa, mas já me deixou curiosa. Com esse post encerro qualquer papo sobre a Itália por um bom tempo. Vou voltar as minhas divagações cotidianas e com prazer, pois já saturei o assunto. Talvez não no blog, mas na minha cabeça, ooo,isso sim. Huahauhau

Para saber mais sobre o Roberto Saviano.

PS: Escrevi o texto antes da Conferência que acompanhei na Universidade do Porto. Vem mais um texto que fala da Itália por aí. Fazer o que. =P

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O assunto é fotografia

Foi muito bom poder ver tantas exposições de fotos. A primeira, da qual já falei, foi a do Stanley Kubrick, mas em Perúgia tiveram mais duas, que na verdade eram três.

Por causa do Festival aconteciam, em um mesmo espaço, a exposição de fotografias sobre os direitos das crianças e fotos do terremoto em Abruzzo sob a perpectiva de três repórteres, além disso uma coletânia com capas de jornais sobre a chegada do homem a Lua e pinturas de um cara que fazia cíticas a imprensa italiana.

Sei esta muito vago, mas é porque o mais importante vem agora: As fotos de Steve McCurry. Da premiada Menina Afegã, e provavelmente premiado por muitas outras.

Trabalhar na National Geografic é uma beleza, hein? Nunca vi tanta foto de lugares tão bonitos. Apesar de ter tantos retratos, tinham fotos com cenários maravilindos também.

O espaço era pequeno para tantas fotografias, um labirinto com painéis gigantes pendurados que desciam de um teto alto, em alturas disformes, com fotografias em ambos os lados. Havia temas como infância, guerra e vários outros que minha memória não me deixa lembrar.

Ao começar a caminhar e assistir as fotografias fiquei fascinada. Ia de uma para outra, de boca aberta. Tudo muito lindo, expressões faciais incríveis, momentos extraordinários. Então fui vendo sofrimento na face daquelas pequenas crianças de diversas etnias, com lágrimas nos olhos e roupas sujas e rasgadas.

E então vi armas em suas mãos, as vi trabalhando/posando para a foto e caiu a ficha. Principalmente quando vi um menininho apontando uma arma para sua própria cabeça. O objetivo das fotografias sobre a infância pode até ser chocar, e eu admito que fiquei chocada, mas com a falta de realismo.

Começei a ter um olhar diferenciado. Vi uma foto de um menino em que na legenda dizia Afeganistão. O menino, triste, sujo, com o olhar perdido pode muito bem ter sido fotografado em um estúdio de qualquer lugar do mundo. Sinceramente, me decepcionei, as primeiras fotos que vi retratavam uma realidade longe de meu alcançe, mas as últimas não.

Vi as datas das fotos que gostei e das que me enojei. As primeiras eram mais antigas. Então começei a viajar e vou colocar só parte da viagem, pois entrei em divagações, que como pessoa sem muita experiência e conhecimento em fotografia poderiam comprometer minha interpretação.

1º Quando se chega perto da foto Menina Afegã se vê o porque da dimensão que tomou. O olharda menina é fascinante. A foto tem cores vivas e mortas ao mesmo tempo. É lindo e irreal.
Nenhuma foto da exposição é parecida. Tem outro retrato de uma menina de túnica, e até está exposto bem perto , mas não se compara. Não tem o meu olhar sobre aqueles olhos.

2º As fotos de que não gostei vieram depois da menina. Será que o artista continuou a buscar em outros aquela expressão? Será que se perdeu em um desejo de repetição ao invés de buscar
novas essencias? Será que ele na verdade está a frente de mim e fez uma crítica aos fotojornalistas que expoem nas matérias suas vítimas sofredoras?

3º Pensei também na forma de captação. Será que tudo isso teve a influência da passagem do filme para o digital?

Bom, de tudo isso minha única certeza é que o documentário da National Geographic transmitido ao final da exposição é chato (Looking for the afghan girl). Eu não gosto de dizer que não gosto de alguma coisa sem conhecer, ou no caso, sem assistir inteiro pelo menos. Mas essa foi a segunda vez que não consigo ficar 15 minutos vendo alguma coisa. A primeira foi ao tentar assistir Os Excêntricos Tenenbaums.

O bom é que se você gostou do Tenenbaums pode ser que goste de procurar junto com o fotógrafo pela menina no meio de várias familias que diziam que algum parente era ela só para aparecer.

Ps: Well, burn me se não concordar. Mas eu estou aqui só viajando...me dou ao direito escrever textos com impressões pessoais (e parciais) em meu blog.


A fotografia Afghan Girl, infos e o trailer do documentário aqui.
Infos da exposição Steve McCurry. Sud-Est na Galeria Nacional da Umbria, em Perugia.

Mais infos do filme que citei aqui.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Perugia, festival e jornalismo italiano

Quando visitei Luxemburgo, eu e minhas amigas pensamos: "estamos realmente na Europa". Em Perugia pensei isso também. A diferença é que não era cidade de contos de fada. O centro histórico é bonito e fica no alto de um morro, então tem uma vista bacana.

A cidade estava movimentada por causa do Festival de Jornalismo, mas já está aconstumada com isso. Lá acontece todos os anos um dos principais festivais de música da Itália, por exemplo.

O bom é que dá pra conhecer a cidade rapidinho, e em pouco tempo de trem dá pra ir pra Assis e de ônibus para Gubbio. Além disso, andei de minimetro. É um metro-teleférico-minúsculo e ecológico. Era como subir elevador de shopping com vidro, que você vê o que está lá fora, beeem legal.

Agora sobre o festival, o motivo que me levou para lá, posso dizer que gostei mas, sinceramente, esperava mais. Parabés para o pessoal que organiza a Semana de Jornalismo, hehe, vocês são mais organizados que eles.

O que me incomodou é que palestras com grande coro foram colocadas no mesmo dia e em horários que chocavam, enquanto outros dias ficaram bem lights. Ao mesmo tempo aconteceu uma mesa de discussão sobre a Máfia e outra sobre o Berlusconi.

A escolha das salas no meu ponto de vista também não foi acertada, muitas vezes uma mesa importante ficava em um espaço pequeno enquanto um tema x ficava numa sala grande (e vazia).

Me surpreendi foi com o público. Os voluntários entregavam o microfone na mão de quem ia fazer perguntas. As pessoas perguntavam e devolviam o microfone! Huhauahauh Achei isso demais!

Os principais temas abordados durante o evento, pelo menos nos dias em que estava lá, foram máfia, jornalismo investigativo (desde como fazer, a sua importância e os novos modelos), cobertura de guerra e Oriente Médio. Jornalismo colaborativo e novos media também, mas isso é pauta em todo canto.

Eu estava lá como observadora externa, e isso foi bem interessante. Passei a entender um pouco mais das problemáticas que eles enfrentam e cheguei as minhas conclusões .

O jornalismo italiano é a caricatura dos problemas que temos no jornalismo. Digamos que aquilo o que sabemos que existe na imprensa brasileira, e já achamos que é descarado, lá é mais ainda. Empresas de televisão contaminadas ideologicamente, jornais impressos de alguma corrente sem assumir, meias verdades. Tudo muito exagerado.

Anotei algumas frases bem interessantes que ouvi nas palestras. São frases soltas e fora de contexto, ok? Ficam só para o registro. E para entenderem um pouco da minha reação ao que eu ouvia, afinal, vou expor minhas anotações...algumas sei quem disse, outras cheguei um pouco atrasada e perdi a apresentação (news).

"O problema na Itália é que não há divisão entre os jornais sérios e os sensacionalistas".

"Neste país você pode escrever sobre o que quiser que não vai mudar nada."

"A senhora citou o problema do século: o problema entre a pedagogia e a demagogia."

"Isso é o que o público quer. Esse é um clichê que virou justificativa para muitas empresas".

"O que me diverte e me horroriza é o ´jornalismo Sarebbe´ italiano". (Depois de muito achar, e de pedir um helps aos universitários, penso que seja Achismo)

"Berlusconi não é uma anomalia italiana. É fruto de uma série de anomalias italianas."

"Bersulsconi não é a causa mas o produto do problema da televisão italiana. Das questões políticas por trás da televisão".

"Ele (Berlusconi) mudou sutilmente tanto a linguagem quanto a forma do italiano ver televisão."
John Hooper

"Já trabalhei em mais de trinta países e nunca vi em um TG(jornal) o diretor ter o direito de fazer um editorial numa emissora pública". John Hooper

"Nesse país ou você está a nosso favor ou está contra nós. Eu com certeza estou contra todos!" Paolo Madron


PS: Nadinha atualizada...já escrevi alguns textos, mas posto este primeiro (tem mais dois na sequência) e depois volto aos assuntos cotidianos...Hehe
PS: Odeio corretor ortográfico que não segue as novas normas!! Huhauahau

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Em Assis como Franciso (ou primeira viagem iconográfica)

E eu sou apenas um rapaz latino americano SEM dinheiro no bolso...Ou melhor, com dois centimos no moedeiro. E uma moeda verde de liberar carrinho de supermercado. Para saber o que me anconteceu em Assis fique a vontade para ler a conversa que tive sobre o ocorrido.

Assis é linda demais! Me senti super a vontade e segura depois que meus problemas se resolveram parcialmente. As ruas eram uma graça, as casas, as flores, as árvores, o barulho dos pássaros. O albergue onde fiquei tinha como acesso uma estradinha de chão com cheiro de campo. Muito gostoso.

Sem falar na Basícilica de São Francisco, que é linda. As pinturas nas capelas inferior e superior, os afrescos de Giotto, com um quê de bizantinas sem ser, muito lindo.

Eis que caminho para o altar da capela superior da basílica e vejo algo intrigante ao lado direito. Uma pintura com um homem pregado numa cruz de ponta cabeça, rodeado por uma pirâmide e por outra construção monumental com uma árvore em cima. Soldados, mulheres. Bizarro!

Curiosa perguntei para o padre que me disse que era a Cruxificação de São Pedro, que não se via no direito de morrer como seu mestre, e por isso foi pregado de ponta cabeça. Mas sobre a pirâmide ele não sabia e o segurança foi procurar no livro das pinturas. E nada lá também.

Isso mexeu de um jeito com a minha curiosidade que trouxe a dúvida pra casa. A fonte é apócrifa, porque ninguém no Novo Testamento presenciou a morte de Pedro. Encontrei referencia na Legenda Áurea (é como que um dicionário com as datas cristãs em comemoração a santos, eventos...e também orienta sobre as histórias a serem retradas nas pinturas) e estava lá! Eee

Mas nada das pirâmides...só sei que o mais provável é que ele tenha morrido em Roma...e que sua morte tem a ver com ele ter desmascarado um mago do mal e que o imperador Nero era louco de pedra. Hueuheuehua

Minha primeira viagem iconográfica! Vou continuar minha busca por respostas e quando encontrar coloco o resultado em ps, ok?

sábado, 8 de maio de 2010

Hein, me conta q q aconteceu na sua voyage

Essa frase me perseguiu durante alguns dias depois que voltei da Itália. Contei tantas vezes para tantas pessoas e demorava tanto que resolvi fazer um copiar e colar aqui no blog.

Peço licença poética para vocês, mas o que verão aqui é um diálogo puro, sem acentos, com erros de português e tudo o mais que uma simples conversa de msn/skype/similares nos permitem.

D é a pessoa com quem conversei e M sou eu! =D
Divirtam-se com minha desgraça, eu deixo:



D: hein, me conta q q aconteceu na sua voyage
vc falou assim q aconteceu um monte de coisas na sua viagem da itália
kkkk

M: bom
vou fazer um apanhado geral
pra nao demorar muito, ok?
uahuahauauha

começou que fui 3 dias depois por causa da nuvem da islandia
fui pra milao, conheci a amiga do meu pai e no dia 23 fui pra um festival de jornalismo
em perugia
no ultimo dia do festival resolvi passar o dia na cidade de assis, (do sao francisco de
assis)

D: humm...

M: dai o caixa eletronico literalmente comeu meu cartao!
D: nooooossaaaaaaaaaaaaa.....

M: tipo, dizia pra tirar o cartao em 30 segundos, e eu entendi depois de 30 segundos
D: nunca vi isso, mas morro de medo
kkkkk
M: dai fiquei na cidade, sem ter dinheiro, sem cartao, sem ter albergue reservado
uahauauahau

D: aí ela engoliu e não devolveu?

M: nao!
e era domingo
D: nossa mari
q q vc fez?

M: o banco tava fechado, tive que esperar ate segunda de manha (que era o dia que eu
voltava pra casa)
pra pegar o cartao de volta

D: e vc dormiu debaixo da ponte?

M: uhauhauahauh
nao, nao
eu tinha credito no celular
dai liguei pra mae

D: kkkk
q sorte

M: aham
ela conseguiu o endereço de uma pousada da juventude
a minha sorte é que quando cheguei na pousada descobri que eu tinha levado o cartao
antigo
(que tava sem dinheiro)
dai voltei pra cidade e tirei dinheiro no credito
ufa
depois foi mais facil
ahuauahuah

D: nossa mari...
M: aham!
D: credo, mais difícil q isso
!!
M: e tipo, minha bagagem tinha ficado em perugia
D: =/

M: dai eu tinha que dormir em assis, esperar o banco abrir, pegar o cartao, ir de trem pra
perugia

D: e pegar vôo de lá?
M: pegar a mochila, pegar um trem pra firenze e la pegar um trem pra pisa porque meu voo
saia de la
só que só tem trem saindo de 2 em 2 horas de perugia
uahuauah
dai cheguei no aeroporto 17h25
e meu voo saiu as 17h, tinha que estar 16h30 no aeroporto...
uhauahauha

D: ihhhhhhhh
e aí?
M: perdi o voo!! uahauahu
o mais barato era voltar de pisa mesmo no dia 30
e era o proximo voo de la
ou entao voltava por milao pela easyjet
mas ficar passeando ate dia 30 saia mais barato do que voltar pra milao e voar dia 27 ou
28
meio que decidi ficar ate dia 30, mas nao comprei passagem
e voltei pra cidade de pisa
D: ¬¬
M: e fiquei na ferroviária vendo o que ia fazer, mas o tempo passou muito rapido

D: deu problema de novo né?
M: aham!
ficou tarde, e nao dava mais pra sair da cidade
D: aiiiii Mariiiiiiiiiiiii
kkkkkk....
M: falei com o cara da bilheteria
e ele disse que em pisa tinha uma pousada da juventude
peguei o penultimo onibus que ia pra la
e perguntei pro motorista qual a paragem pra o albergue da juventude, e ele disse que era
a mesma que o cara da bilheteria disse
quando desci nao vi a pousada e fui perguntar numa pizzaria

eles disseram: "nossa! é daquia 2km!...
D: (vc tava falando td em italiano?)
M: aham!
...mas é muito perigoso ir até lá agora"
ahauahauh
D: q gracinha!
hehehe

Mariana: éé´
yaauahuah
só que nao adiantava
D: ahm, aí vc fez o q?
kkkkkkkkk
M: eu tive que andar 2km a noite, na beira da estrada, sozinha
numa área meio deserta/meio perigosa
eu ja tinha andado um tanto que achei que era 2km
e nao chegava a pousada nunca
toquei a campainha de uma casa

e o senhor me disse: "a pousada ERA aqui do lado" e me mostrou
mas fechou vai fazer 2 meses"
"fique tranquila! daqui a 15, 20 minutos passa um onibus e te leva para o centro da cidade!"
o onibus passava em 40 minutos
e tava bem escuro, e era o ultimo onibus! mas antes de ele passar
passou um taxi e parou, ainda bem!
dai o cara me levou pra um bed and breakfast, tipo uma pousada
e pronto, fiquei mais segura
mas resolvi que no dia seguinte voltava pra milao

D: q era de onde saia o vôo?
M: aham
comprei a passagem
e tentei o dia inteiro falar com a amiga do pai
ela e o marido estavam viajando, mas a meia noite voltavam daquele dia
e nao conseguia ligar, sempre dava fora de area
e mensagem nao respondiam

D: e vc ia dormir lá na amiga dele?
M: aham
é pq eles tinham que pegar 2 voos antes de voltar
cheguei em milao 23h20
e achei inseguro esperar na ferroviaria
dai peguei um taxi pra ir pra pousada da juventude em milao (que eu sei que existe!)
auhauahaua

D: kkkkkk
M: mandei uma mensagem pra dizer pra ela e foi quando ela tava ligando o celular, dai ela
me ligou
e pedi pro taxi mudar de rumo e me deixar na casa dela
e pronto! no dia seguinte
cheguei no aerporto 10 minutos pra terminar o check-in
uahauhauahuha
mas consegui voltar pra porto!

D: nossa, qse perde o vôo de novo
e aí td bem?
ou aconteceu mais alguma coisa?

M: nao, nao
cheguei bem em casa
hauahauauah
ah! o onibus teve problema eletrico depois que saiu do aeroporto de porto

D: hehehe
D: kkkkkkkkkk
M: mas isso levou 15 minutos só
auhahauahuah
ai ai

D: é, perto de tds os seus problemas não foi nada
M: não, não
uahahauah

D: nossa, mari...aconteceu de td com vc lá então

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Stanley antes de ser Kubrick

*Adotando o título do caderno Ípsilon do Público (caderno b do jornal de maior repercussão em Portugal) e a quem devo agradecer imenso por falar de eventos no exterior.

Pra quem for pra Milão até o dia quatro de julho saiba que rola por lá, no Palazzo della Ragione (bem próximo ao Duomo) uma exposição fotográfica de Stanley Kubrick, diretor de Laranja Mecânica.

São fotos de 1945 a 1950, quando o cara trabalhava para a revista Look, ainda bem jovem.

Me falaram que um professor meu disse que os filmes são feitos de pinturas. Se você pára uma cena bem feita, ta ali um quadro propriamente dito. Faltei a essa aula, mas foi isso que vi no trabalho de Kubrick, mas ao contrário.

As fotografias não são espontâneas. É evidente a montagem, mas isso não é ruim. É o seu diferencial. Cada fotografia conta uma história e os conjuntos de fotos outra, com direito não só aos personagens e as situações vividas, dá pra ver o que se sente, sem parecer proposital. São olhares, gestos. Novelas.

As fotografias são cinematográficas. Tem uma emoção fictícia que te envolve.

Não gostei da montagem da exposição. Não te deixava a vontade, tinha um circuito com as foto-reportagens, mas era bagunçado. Você precisava ir por um caminho, e mesmo assim, uma série de fotos passava para outra e era preciso voltar para entender que uma tinha acabado e outra começado.

As vezes de um lado e de outro de um painel tinham fotos de um mesmo tema, no outro já trazia um tema de cada lado. Confuso, nada prático e interrompia a atmosfera das fotografias. Era preciso esforço para ficar lá por muito tempo. Sei disso porque depois que entrei lá, vi todos indo embora antes de mim.Uma pena.

Outra chatice foi a minha foto preferida não ter cartão postal. A id aqui esqueceu de anotar o nome para procurar...

A matéria do Público ta legal e mais completa que isso aqui. Vale a pena ler. Mas a opinião sobre as fotografias está diferente da minha...ta muito com cara de quem leu release e não viu.

Sobre a exposição o preço é oito euros, e a reduzida sete. Chegando a praça do Duomo é só seguir os cartazes com o Kubrick novinho que se chega lá. Mais infos da exposição aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Milão (sem paciência para criar título decente)

Depois de muito tempo, eis aqui um post sobre viagem de verdade! E não será o único, resolvi dividir minha epopeia pela Itália. Vão ter posts sobre lugares novos, exposições, um festival legal e mal organizado e quase tragédias.

Tudo começou quando a minha ida para Milano foi adiada.
A fabulosa nuvem da Islândia fez com que todos os aeroportos do norte da Itália fossem fechados por uns dias. Meu voo foi cancelado e perdi três dias alegres e contentes viajando por aí. Mas tudo bem.

A incerteza quando fui era tão grande, que mesmo quando fui mudar a data da passagem não sabiam me dizer se já poderia voar. Minha mochila ficou pronta três horas antes do embarque, mas no fim, ufa, consegui me mandar!

Milão é uma princesa. Delicada e snobe. Mas sua personalidade forte me cativou. Costumo dar cores para as cidades (Roma é ocre, Paris amarela, Lisboa azul) mas essa não percebi, então perguntei.
É como se fosse um ocre clarinho então.

Tomei meu primeiro sorvete italiano e conheci uma amigona do meu pai. Isso já valeu a viagem. Fui super bem recebida, com direito a ir em inauguração de exposição em galeria famosa e tudo. Huhu

Além disso é bem fácil se virar na cidade. Não tive muito tempo para passear, então fiquei pelos pontos principais, como o Duomo e a Galeria Lafayette.

Dicas da Mari:
*No terraço da loja de departamentos Renaissance tem uma vista legal da parte superior do Duomo.

* Vale a pena visitar a livraria La Feltrinelli, dentro da Galeria Lafayette. Não tem muita opção de livros de jornalismo, mas wtf, tem um acervo beeem massa de todas as outras coisas...O que achei super interessante foi a prateleira de livros históricos, nunca vi tanto livro sobre Hitler na vida...bateu até um medinho. Hehe

*Para quem gosta de arte, conheci a revista Flash Art, que tem pra vender lá em Milão. Tem crítica mesmo, isso já ta virando raridade. É ótima.

*E pra finalizar, o bairro Brera, na região universitária, é bem gostosinho pra visitar no fim da tarde. Dá pra dar uma olhada nas galerias e depois ir pra um barzinho legal.

PS: Resolvi manter o lead inicial do meu texto, mas a epopeia vai ser reduzida. Vi que escrever depois que a viagem já passou e de ter contato tudo pra muita gente torna entediante.
PS 2: Fiquei feliz por ter dois leitores! Iei! =D Apesar de saber que posso perdê-los depois do texto de péssima qualidade acima. Huahuahuh