segunda-feira, 12 de julho de 2010

Adiós Serralves

No último fim de semana me despedi de meu lugar favorito do Porto. Na verdade não era minha intenção, mas é o que decidi pouco antes de sair de lá. Sábado passei o dia em Serralves, uma quinta gigante que abriga um Museu de Arte Contemporânea, cujo projeto é do arquiteto português Álvaro Siza, a Casa de Serralves, uma das únicas casas Art Deco de Portugal e um parque, com jardins, caminhos, chafariz, lago, campo com cavalinhos e boizinhos, horta, etc.

Eu fui incontáveis vezes, não tantas quanto gostaria, mas ainda sim incontáveis. O fato de a entrada ser gratuita para estudantes ajudou um bocado nisso. Minha última vez em Serralves foi também a primeira em que eu tirei fotografias, a minha segunda visita guiada, e o primeiro concerto que assisti no parque.

Foi intenso e marcante e por isso resolvi não voltar, mesmo que poucos dias antes do meu retorno ao Brasil estreie outra exposição e eu não tenha perdido nenhuma a partir do momento que fui ao local pela primeira vez.

Explorei tudo o que podia, extraí cada frase, cada céu azul, cada cheiro. Só não comi no restaurante, mas não deixei de tomar um cafezinho. Meus amigos costumam tratar o Porto como "meu Porto" depois do erasmus nessa cidade. Eu não tenho essa relação com a cidade, mas tenho um caso de amor com Serralves. Serralves foi meu porto no Porto.

Às vezes nos domingos mais tristes e solitários eu ia para lá e, depois de andar pelo museu, escolhia um cantinho no parque para sentar e ficava lá por horas. Via, sentia, escrevia e lia. Amava. Pensava na vida, não pensava em nada.