sexta-feira, 21 de maio de 2010

O assunto é fotografia

Foi muito bom poder ver tantas exposições de fotos. A primeira, da qual já falei, foi a do Stanley Kubrick, mas em Perúgia tiveram mais duas, que na verdade eram três.

Por causa do Festival aconteciam, em um mesmo espaço, a exposição de fotografias sobre os direitos das crianças e fotos do terremoto em Abruzzo sob a perpectiva de três repórteres, além disso uma coletânia com capas de jornais sobre a chegada do homem a Lua e pinturas de um cara que fazia cíticas a imprensa italiana.

Sei esta muito vago, mas é porque o mais importante vem agora: As fotos de Steve McCurry. Da premiada Menina Afegã, e provavelmente premiado por muitas outras.

Trabalhar na National Geografic é uma beleza, hein? Nunca vi tanta foto de lugares tão bonitos. Apesar de ter tantos retratos, tinham fotos com cenários maravilindos também.

O espaço era pequeno para tantas fotografias, um labirinto com painéis gigantes pendurados que desciam de um teto alto, em alturas disformes, com fotografias em ambos os lados. Havia temas como infância, guerra e vários outros que minha memória não me deixa lembrar.

Ao começar a caminhar e assistir as fotografias fiquei fascinada. Ia de uma para outra, de boca aberta. Tudo muito lindo, expressões faciais incríveis, momentos extraordinários. Então fui vendo sofrimento na face daquelas pequenas crianças de diversas etnias, com lágrimas nos olhos e roupas sujas e rasgadas.

E então vi armas em suas mãos, as vi trabalhando/posando para a foto e caiu a ficha. Principalmente quando vi um menininho apontando uma arma para sua própria cabeça. O objetivo das fotografias sobre a infância pode até ser chocar, e eu admito que fiquei chocada, mas com a falta de realismo.

Começei a ter um olhar diferenciado. Vi uma foto de um menino em que na legenda dizia Afeganistão. O menino, triste, sujo, com o olhar perdido pode muito bem ter sido fotografado em um estúdio de qualquer lugar do mundo. Sinceramente, me decepcionei, as primeiras fotos que vi retratavam uma realidade longe de meu alcançe, mas as últimas não.

Vi as datas das fotos que gostei e das que me enojei. As primeiras eram mais antigas. Então começei a viajar e vou colocar só parte da viagem, pois entrei em divagações, que como pessoa sem muita experiência e conhecimento em fotografia poderiam comprometer minha interpretação.

1º Quando se chega perto da foto Menina Afegã se vê o porque da dimensão que tomou. O olharda menina é fascinante. A foto tem cores vivas e mortas ao mesmo tempo. É lindo e irreal.
Nenhuma foto da exposição é parecida. Tem outro retrato de uma menina de túnica, e até está exposto bem perto , mas não se compara. Não tem o meu olhar sobre aqueles olhos.

2º As fotos de que não gostei vieram depois da menina. Será que o artista continuou a buscar em outros aquela expressão? Será que se perdeu em um desejo de repetição ao invés de buscar
novas essencias? Será que ele na verdade está a frente de mim e fez uma crítica aos fotojornalistas que expoem nas matérias suas vítimas sofredoras?

3º Pensei também na forma de captação. Será que tudo isso teve a influência da passagem do filme para o digital?

Bom, de tudo isso minha única certeza é que o documentário da National Geographic transmitido ao final da exposição é chato (Looking for the afghan girl). Eu não gosto de dizer que não gosto de alguma coisa sem conhecer, ou no caso, sem assistir inteiro pelo menos. Mas essa foi a segunda vez que não consigo ficar 15 minutos vendo alguma coisa. A primeira foi ao tentar assistir Os Excêntricos Tenenbaums.

O bom é que se você gostou do Tenenbaums pode ser que goste de procurar junto com o fotógrafo pela menina no meio de várias familias que diziam que algum parente era ela só para aparecer.

Ps: Well, burn me se não concordar. Mas eu estou aqui só viajando...me dou ao direito escrever textos com impressões pessoais (e parciais) em meu blog.


A fotografia Afghan Girl, infos e o trailer do documentário aqui.
Infos da exposição Steve McCurry. Sud-Est na Galeria Nacional da Umbria, em Perugia.

Mais infos do filme que citei aqui.

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