quarta-feira, 14 de abril de 2010

Impressões sobre PSYCHO

Finalmente assisti o meu primeiro dos clássicos suspenses do grande mestre nessa arte. Sempre evitei os suspenses, pois estes muitas vezes perdem-se no terror e pra mim perdem a graça. Os suspenses não tem que assustar, tem de nos roubar o sono e a atenção.

Para um suspense bastar-se nele mesmo não é preciso o medo do improvável, você já sabe que o improvável existe, nada é enigmático o suficiente para que não passe despercebido. Descomplicando o que escrevi, nada é impossível.

Pode tudo acontecer, você fica tão vidrado no que vê, ouve e sente que os maiores absurdos tornam-se aceitáveis, passam despercebidos em meio a rede criada.

Não sei se é porque já vi a cena do assassinato no chuveiro, ou porque já vi tantos trechos inspirados nesse filme, mas ele até é bem previsível.

Pelos sorrisos, inquietação e pelo título já estamos pré parados para saber o que se passa.
Não deixa de ser um excelente suspense. Seria um disparate eu, na minha humilde análise de um clássico, menosprezá-lo. Adorei o filme, mas ele é previsível.

Não pude deixar de sentir vontade de rir. A câmera por vezes foca em detalhes. Se eu fosse fazer uma releitura, com certeza, adicionaria uma pitadela de comédia.

Os detalhes eram tão perfeitos, tão apáticos, que mereciam sair da normalidade. Mereciam algo de errado, algo fora do lugar. Havia tanta delicadeza e cuidado que, para a história ser recontada, ficaria melhor desconstruída.

Um bom exemplo de reconstrução envolve o quadro favorito de meu avô e o autor de Guernica. Picasso fez uma p... releitura de As Meninas de Velasquez. Na verdade foram releituras no plural, anos de análises e reconstrução.

Velasquez é tão super que para ter seu quadro mais famoso revisto, só por
uma proposta que, em primeira vista, fosse muito diferente. Picasso trouxe
a comédia ao suspense, o terror não caberia.

Voltando a Terra, e ao filme que assisti, o fato de ser em preto e branco é um espetáculo. A cores o filme não seria tão fora de série, pode escrever. A graça está nas tonalidades griz. É o cinza quem ajuda a esconder as identidades previsíveis.

A trilha sonora já amava antes de assistir, hehe. Se tem algo que sei valorizar é uma boa sonoplastia. E não por conhecimento, é porque minha memória (a pouca que ainda tenho) é sonora. Os sons me envolvem facilmente.

Em Psicose toda a emoção é aflorada em sons. Toda. Não só o assassinato da atriz que mÓrreu a alguns meses com medo de chuveiro. Os compassos ditam o ritmo do filme. Denunciam o que está por vir.

Talvez seja por isso que previ, não querendo prever, o que vinha adiante. A música entrega tudo. Mais do que os olhos atentos, os ouvidos são importantes ferramentas para observar um filme, e ainda mais, um suspense.

Em que cada passo, cada respiro, cada porta, cada assoalho de madeira, cada tecido e o vento na janela ambientam não só a cena, mas as consequências dela nos sucessivos eventos.

Já escrevi muito, e não faço suspense suficiente em meus textos para que fiquem atraentes até as últimas palavras. Isso somado a ausência de ligação do que escrevo com o propósito do blog (viagens!) transformam a sua leitura em quase impossível.

Vou escrever mais sobre viagens de verdade. Não prometo, mas vou tentar. =)

Mais infos sobre o filme Psicose de Alfred Hitchcock aqui.

2 comentários:

  1. Bom comentário sobre esse filme. Eu ainda não o vi, mas está aqui no PC, na lista dos que ainda estão por vir, junto com "Os pássaros". Só fui ver filmes do grande mestre aqui na Espanha, e foram "Janela Indiscreta" (ótimo) e "Um corpo que cai" (mais ou menos). Continue falando sobre filmes. Não tem problema. Afinal de contas, não deixam de ser viagens, hehhehe.

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  2. Primeiro post que leio e gostei, viu?
    por mim, pode continuar.
    AHAHHA

    E quanto ao nome do blog Viagens de Mari, pode ser... sei lá. Viagens de "Ops! Saí do assunto, que viagem, mermão"

    Comentário sem graça. É a tendência do dia, eu acho.
    eheh

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